7.12.05

Conheci uma menina (XII)

Saímos de casa sempre cedo, de manhã. Somos a única coisa a brilhar nesta rua.
Somos sozinhas. Esperámos pelo autocarro, como sempre. E como sempre, empalidecemos ao frio claro.
O teu casaco de tweed verde e o meu gorro cor-de-rosa davam nas vistas. Entramos para o calor que, agora cedo, ainda nao cheira a gente.
Chegamos não sei onde, a não sei que horas. Bebemos, a Vera e eu, um chocolate quente duma máquina de moedas. Importa pouco, o sítio onde estamos, porque não vejo mais nada.
Damos as mãos desenluvadas e andamos durante aquilo que me parecem 1 ou 2 horas.
Para quem passa, levo uma filha pela mão.
Para quem, como eu, olha para trás, é só uma miragem..

(E sigo pela Rua do Norte. Não faço ideia de para onde é o Norte, mas este é um sítio que importa. É bom.)

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