A tarde estava serena e bonita. E quente, quando as nuvens se decidiam a passar.
Sentei-me, enfim, no chão do jardim do hospital. Santa Maria é um sítio calmo. Com uma paz arrepiante por fora. Grande e impessoal. Estiquei as pernas num acto de inutilidade e absoluta impotência. E fez-me falta alguém que me gritasse.
A Vera apareceu então, vestida de cores berrantes. Fez-me doer os olhos.Vinha felicíssima. Trazia na mão um molho de flores lilases. Quando me viu, correu na minha direcção, atirou-se-me ao pescoço e fez-me cair para trás. E ficámos com as ervas secas coladas à roupa triste. Ria muito e queria falar ao mesmo tempo.
A Vera está cada vez mais bonita. O que, de todo, não lhe garante absolutamente nada.
30.5.06
23.5.06
20.5.06
disse.
que a vida não era mais que perder. com método.
que afinal, se enganara. que perder sem jeito também era do protocolo. que as regras deixavam chorar e permitiam o desvario.
e quando, finalmente, ganhou - o erro era crasso - fez tudo por perder, num jeito estúpido de quem não deixa ser..
que afinal, se enganara. que perder sem jeito também era do protocolo. que as regras deixavam chorar e permitiam o desvario.
e quando, finalmente, ganhou - o erro era crasso - fez tudo por perder, num jeito estúpido de quem não deixa ser..
1.5.06
modus operandi
chega. trémula e de sorriso fechado. olá. segue a conversa, atenta. entra no jogo. sem medo. experimenta. retrai. e tu, como estás? passa para a frente. mostra o mundo. ri-se. leva-o no seu brilho. está sempre em vantagem. larga um sorriso. sacode o cabelo. brinca com as mãos. agita-se. sempre em vantagem. joga. mostra o olhar. prende. sorri. avança e retrai-se. é o jogo. sempre a sorrir. e o olhar. que prende. são os ombros, a pele. despe de cor. nos olhos. prende. sorri.
abandona o jogo. a pressa é só de ganhar.
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